terça-feira, 26 de maio de 2009

Escuridão

Houve um tempo em que conheci a angústia.
Devia ter uns 15 anos.
Eu dizia que ela era o ponto negro dentro de mim
onde a luz não chegava.
Pensava que um dia ia passar.
Hoje, eu e ela descobrimos novas formas
de nos amar.





segunda-feira, 18 de maio de 2009

Alguns fatos

Primeiro: sim, fiquei um bom tempo sem postar. Acontece, eu acho, principalmente quando a vida vai atropelando, e quando todo e qualquer assunto acaba parecendo besta e meio repetitivo. Tenho lido vários blogs, muitas opiniões interessantes, muitas visões de mundo diferentes, numa tentativa de sair da minha zona de conforto.

Segundo: não aguento mais viver na zona de conforto. Entrei em rota de colisão comigo mesma. Então, na sexta-feira, fui fazer a entrevista preliminar com um novo analista. Sim, voltei para a análise, recomeço amanhã, terça-feira. Meu analista me recebeu usando gravata de crochê e colete. Há um vaso de cactus no meio do consultório dele, algumas lembranças de viagens, um sofá confortável, um divã (dããããã!) e um MacBook. E ele é lacaniano, o que significa que, ao longo da análise, eu provavelmente terei algumas sessões de 5 minutos - "vamos ficar por aí, hoje" - o chamado tempo lógico. Ou, como ele disse, "não é lógico parar quando chegamos em alguma coisa importante, ao invés de mudar de assunto?"

Terceiro: há 10 dias, morreu um amigo meu da faculdade. Tinha a minha idade, 25 anos, e passou 40 dias internado com leishmaniose visceral. Ao final, foi vencido pela doença, pelos remédios, e, especula-se, por uma infecção hospitalar. Não é para canonizar ninguém depois da morte, mas ele era realmente um cara bacana, sempre de bom humor, com um sorriso enorme na cara, prestativo, atencioso, inteligente, bonito. Como é que se aceita uma fatalidade assim?

Quarto: em 29 de abril, completei 25 anos, fechando a significativa marca aleatória de um quarto de século. Continuam válidas quase todas as reflexões que fiz sobre os 24, o que, aliás, é uma das razões para eu ter voltado para a análise. Sim, eu ainda sou jovem, mas não quero esperar até estar velha para tomar providências - mineira que é mineira não perde o trem. 

Quinto: continuo correndo. Do quê, e para onde? Não sei, mas vou seguindo...