Segundo: não aguento mais viver na zona de conforto. Entrei em rota de colisão comigo mesma. Então, na sexta-feira, fui fazer a entrevista preliminar com um novo analista. Sim, voltei para a análise, recomeço amanhã, terça-feira. Meu analista me recebeu usando gravata de crochê e colete. Há um vaso de cactus no meio do consultório dele, algumas lembranças de viagens, um sofá confortável, um divã (dããããã!) e um MacBook. E ele é lacaniano, o que significa que, ao longo da análise, eu provavelmente terei algumas sessões de 5 minutos - "vamos ficar por aí, hoje" - o chamado tempo lógico. Ou, como ele disse, "não é lógico parar quando chegamos em alguma coisa importante, ao invés de mudar de assunto?"
Terceiro: há 10 dias, morreu um amigo meu da faculdade. Tinha a minha idade, 25 anos, e passou 40 dias internado com leishmaniose visceral. Ao final, foi vencido pela doença, pelos remédios, e, especula-se, por uma infecção hospitalar. Não é para canonizar ninguém depois da morte, mas ele era realmente um cara bacana, sempre de bom humor, com um sorriso enorme na cara, prestativo, atencioso, inteligente, bonito. Como é que se aceita uma fatalidade assim?
Quarto: em 29 de abril, completei 25 anos, fechando a significativa marca aleatória de um quarto de século. Continuam válidas quase todas as reflexões que fiz sobre os 24, o que, aliás, é uma das razões para eu ter voltado para a análise. Sim, eu ainda sou jovem, mas não quero esperar até estar velha para tomar providências - mineira que é mineira não perde o trem.

Quinto: continuo correndo. Do quê, e para onde? Não sei, mas vou seguindo...
2 comentários:
Bom receber notícias suas! Vê se nao fica tanto tempo sumida!
Hmmm... nao sei se aguentaria a tal terapia lacaniana!
O que seria uma terapia lacaniana hein?
Mas é bom ter notícias suas. Você percebeu como eu senti falta das nossas conversas né..
Beijinhos
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