segunda-feira, 12 de maio de 2008

Limites

Algumas vezes eu só queria me perder de vez. Queria poder largar todos os deveres, todas as formalidades, e seguir meu faro. Queria a liberdade inconsciente dos loucos e dos narcisos.

A palavra dada, o compromisso assumido, as tantas, tantas obrigações. Não de todo desprovidas de afeto e fruição, é fato, mas ainda assim obrigações, limites temporais e espaciais ao desejo e ao gozo.

Talvez já tivesse me esquecido da urgência do desejo. Dessa sensação inquietante de que todos os compromissos são verdadeiros entraves à realização do que realmente se quer. O desejo quer seu objeto agora, ilimitadamente, quer se realizar sem freios. Mas os freios, que angústia, ali estão.

Nem a comunicação improvável, nem uma taça de espumante, nem uma oração são capazes de aplacar a alma. A fome e a sede do desejo só se saciam na vivência, na experiência direta e imediata do Outro. E os limites auto-impostos são, ao mesmo tempo, o que torna esse Outro tão próximo (porque permeia toda a frustração), e tão distante (porque não se pode tocar).

E a semana começa assim, repleta de algo dentro de mim que parece querer explodir.

2 comentários:

Anônimo disse...

Deeeeeeeeee
como esta vc e sua vida?
E seu bloog, muito legal
saudades de vc minha amiga mineira, que entende melhor os cães do que os homens
bjs e de noticias

André disse...

Belo texto. Parabéns!