segunda-feira, 26 de maio de 2008

Querências*

Não sei o que quero,
e nem sei se o que quero é o que desejo.
Sei o que não quero.
Não quero toda essa culpa,
não quero o trânsito de sexta-feira,
nem esse sol rasgando uma tarde seca.
Não quero o rigor da lei.
Não quero a fenescência da flor.
O que quero é o beijo do lusco-fusco
e o lume do girassol.
Quero a impermanência das estradas
a solidez do horizonte
a solidão da nuvem branca no céu.
Mas o que quero não importa:
querer é, quase sempre,
enfrentar a frustração.




*Post inspirado em Manuel Bandeira e numa conversa com o Fernando.

3 comentários:

Anônimo disse...

Me sinto boba dizendo qualquer coisa a respeito desse post. Você escreve lindo, confiante.

"querer é, quase sempre,
enfrentar a frustração."

Adorei.

Anônimo disse...

Nem tem o que comentar dessa vez. É só pra marcar presença. ^^

E que foto mais linda, Deh!

Um beijo!

Anônimo disse...

Amei o texto, mas pior do que as frustações é simplesmente não querer.